- Rosalie, pare de reclamar, ok?! Eu sei que tudo vai dar certo!
- Sabe nada, Alice, ninguém decidiu nada, então você não sabe! – Às vezes, minha querida irmã Rose parecia uma criança fazendo birra.
- Mas, Rose, me escuta, ok?! Vai dar tudo bem!
- Não, não vai não. Eles vão nos enrolar com um monte de porcaria, um monte de papéis...
- Mas, no fim, vai acabar dando em algo.
- Mas eu não quero que dê simplesmente em “algo”, eu quero que dê no que eu “quero” que aconteça!
- Mas nem sempre é possível.
- Ah, se é... Você vai ver só...
Opa, comecei a ter uma visão e então senti a mão de Rosalie guiando o volante. Deixei que minha mão caísse sobre meu colo. Era ela fazendo barraco. Rose, Rose... Minha irmã, por que você faz essas coisas com a nossa família?!
- Alice, o que você viu?!
- Rosalie, às vezes você é de tão baixo escalão!
- Alice, eu só decidi que faria o que fosse preciso para conseguir o que eu queria!
Ai Deus... Outra visão: Rose jogando seus cabelos e fazendo charminho para os policiais... Era tudo o que eles queriam... Mas, eles só ficavam olhando, e não faziam nada do que pedíamos...
- Não vai dar certo!
- Aff... – ela bufou... Era tão engraçado acabar com a alegria dela. Era tão... fácil... – E se... Hmmm...
Ok... Agora ela apenas ficava sentada, eu estava a seu lado. Estávamos apenas sentadas, enquanto todos os policiais se agrupavam para nos ver. Paramos a Delegacia, literalmente... Deus, isso seria muito chamativo para nossa família. Rose, então, pôs a mão no pescoço e deu uma leve coçadinha... Um sinal de cansaço. Voaram homens aos seus pés perguntando o que ela precisava...
- E então?!
- É... Acho que pode dar certo...
- Ok, está decidido!
- Então está tudo perfeito!
Aumentei o volume e retomamos a atenção para a estrada.
Rose não tirou o pé do acelerador, e por isso mesmo não demoramos a chegar a Port Angeles. Cinco minutinhos... E isso no máximo...
Fomos direto à Delegacia. Enquanto chegávamos, todos os olhos nos seguiam. Éramos lindas e perfeitas demais em comparação ao resto da cidade. Chamávamos muita atenção.
- Acho que somos meio que... Sabe, chamativas né...
- Ah, Alice, faça mil favores, né... Eles é que são feios demais!
Ok, ok... Às vezes esse humor “mal-educado” de Rosalie me fazia rir muito... Esse era um dos meus motivos favoritos em se passar o tempo com ela...
Estacionamos bem à frente do prédio, e então descemos. Vários olhos ainda nos seguiam, e não tinham vergonha em esconder isso de nós.
Rosalie aproveitou, é claro.
De repente, Rosalie subia as escadas, jogava seus cabelos e dava um singelo tchauzinho para alguns guardas que estavam para entrar no prédio também.
Aí percebi, ela ainda estava fora da escada. Era uma visão. Mas foi o mesmo que ela fez. Alguns guardas que subiam as escadas pararam e saíram do nosso caminho. O toc toc do salto de Rosalie subindo as escadas ecoavam em meus ouvidos.
Pouca coisa podia ser escutada, para falar a da verdade... O resto do mundo estava ocupado nos admirando...
Os guardas que estavam perto da porta correram abrir a porta, e quando Rose passou, ela os agradeceu sorrindo. Foi o suficiente para eles ficarem com uma super cara de bobos... Ah se Emmett visse essa cena... Não sei o que seriam desses pobres guardas!
Entramos na Delegacia. Rose foi direta ao balcão de atendimento. Acomodou a bolsa no ombro direito, jogou seus cabelos cacheados para trás, que brilharam feito ouro de encontro ao sol, e depois foi direta ao assunto.
- Quero falar com o delegado!
O pobre rapaz do atendimento ficou apenas olhando para ela. Fui até o lado dela, e então ele também ficou me olhando. Ok, isto estava se tornando indelicado!
- E então? – Rose insistiu.
- Ah, sim... Um... Err... Um minutinho, por favor.
O mocinho saiu meio que cambaleando para algum lugar. Pelos seus passos, percebemos que não era um lugar longe da entrada. Ouvimos outra voz, que entendemos ser a do delegado. O mocinho voltou logo após a porta se fechar.
- Ele está um pouco ocupado agora, mas se as senhoritas puderem esperar alguns segundinhos... – não fale em esperar segundos, querido... Não para um vampiro!
- Aff... Você tem certeza de que conversou com ele certo?! Ele tem de nos atender o quanto antes! Tenho assuntos urgentes a tratar!
- Eu... Eu... Sim, é claro... Conversei com o Sr. Highler e ele me disse que estava ocupado...
- Rapaz, não fale assim com as senhoritas! – um guarda de mais idade veio em nosso auxílio.
- Mas... Ele disse... Ele disse que estava ocupado!
- Ninguém está ocupado para senhoritas tão belas como elas!
Sorrimos com a deixa. Rosalie aproveitou mais ainda, sorriu e então se debruçou delicadamente sobre o balcão.
- Então o senhor poderia resolver o nosso caso?!
- Claro, irei chamar o delegado. As senhoritas querem se sentar? Não demorará para que ele atenda vocês...
- Obrigada – falamos juntas, e então fomos em direção ao banco.
- As senhoritas aceitam chá, suco... Algo?
- Não, obrigada!
Ele saiu, mas antes deu um peteleco meio que escondido no pobre rapazinho do atendimento – creio que era para que nós não percebêssemos o peteleco na cabeça do moleque, mas... somos vampiras, né... Eles é que não sabiam desse pequeno detalhe.
Sentamos e ficamos lá paradas esperando o tempo correr. Alguns sussurros vinham de lá de dentro, que eu supunha ser do delegado tentando terminar logo o caso para nos atender. Mais alguns sussurros das vozes de lá de fora, que eram os guardas que ficavam nos olhando e fazendo comentários como “Que lindas!”, “Elas são deusas?!”, “Elas só podem ser modelos!”
Rosalie é quem estava adorando a situação.
O delegado não vinha nos atender, e o tempo foi passando. De repente, Rose... Bem, ela foi mais rápida... Pegou a bolsa e começou a mexer na bolsinha de maquiagem dela.
- Rosa ou vermelho?! – ela perguntou em voz alta, mais como uma pergunta auto reflexiva do que uma pergunta para mim.
- Bem, você está de vestido tubinho preto, cintinho de couro branco e sapatos vermelhos com detalhes dourados... Hmm...
- Vermelho – respondemos as duas juntas...
Ela começou a deslizar o gloss vermelho nos lábios, e então, ao terminar, fez questão de olhar para mim e dar um super sorriso de Miss Universo. É, bem, isso foi só um teatrinho para conseguir o que ela queria...
Eu já sabia disso... Alguns homens de lá de fora acabaram escorregando e caindo no chão. Olhei de canto para eles... Eles babavam mais do que... do que... uma vaca!
Se eu me lembro bem, vacas babam, não?! Bem, faz tempo que não passo muito tempo perto de uma vaca...
- Sua vez...
- Sim. – Minha vez! Já estava na hora!
- Mais sombra!
Ela tirou da bolsinha um estojinho de sombras de duas cores, o abriu e retirou um pincel macio. Ela recolheu delicadamente o pozinho da sombra rosa e pincelou sobre as minhas pálpebras. Depois, pegou o pincel fino e a sombra preta. Delineador! Adoro!
Ela reforçou o meu “olho de gatinho”, e depois ficou conferindo se os dois olhos estavam iguais. Voltou tudo o que tinha tirado para dentro, e então tirou o blush, o batom e o gloss.
- Cara, o que será que o delegado trata tanto ali dentro? O que é tão importante quanto elas duas?! – ouvi sem querer... Desculpe baby, ouvidos de vampiros são assim mesmo...
Olhei para Rose que sorria com cara de vitória... Ela também tinha ouvido, é claro!
- Ah, nem sei, viu...
- Será que elas estão muito cansadas de esperar?!
Ele levantou e deu uma olhadinha.
- Não cara, elas estão se maquiando...
O rapaz que tinha falado primeiro se calou e então se espichou por detrás de sua mesa para nos olhar. Se maquiar não deve ser muito comum em uma Delegacia... As duas pessoas prestando seu depoimento também pararam e se viraram para nos olhar... É, isso não deve ser nada comum em Delegacias...
Me segurei para não olhar para eles, e Rose fez o mesmo.
Foi então que a porta se abriu. Passos pesados começaram a atravessar o corredor em direção à sala de entrada. Um homem roliço de camiseta branca listrada em dois tons de cinzas apareceu. Péssimo gosto para roupas, aliás...
- Quem me procura?!
Rosalie terminou de guardar a bolsinha de maquiagem na bolsa, e então se levantou. Enquanto caminhava, percebi que ninguém respirou. Se respirou, foi pouco ar para dentro... Até o delegado ficou boquiaberto...
- Olá...
- O senhor demorou... – é, baby, prazer, essa é a Rosalie!
- Me desculpe senhoritas... Eu tinha algo realmente relevante para resolver antes... Um caso muito complicado.
Olhei para Rosalie, e então sussurrei. – Ele mente mal...
Ela segurou uma risada, e então continuou.
- Bem, vamos aos negócios. Algum vândalo infernal teve a coragem de estragar a pintura de meu carro. Quero que ele vá preso!
- Mas, senhorita, não é assim que as coisas funcionam... – ele tentou responder sem ofendê-la... Baby, esquece, já é tarde...
- Olha, não estou pedindo para que ele me pague ou pinte de novo, só quero que ele se responsabilize pelo ato... Quero ele preso. Ele violou as regras de bens públicos e privados... Como assim “não é assim que funciona”?
- Olha, em seu caso, podemos fazer o seguinte: abrimos uma ocorrência, e então instalaremos uma investigação. Pode ser?!
- E essa investigação vai demorar quantos anos?!
- Que nada, vai ser rapidinho, rapidinho... – Ele mente muito mal mesmo! – Em algumas semanas, tudo estará bem!
- E se eu me cansar nesse meio tempo?! Outra pessoa poderá responder por mim?!
- Bem, sim, claro, desde que ele tenha algum papel assinado por você!
- Então me pegue um desses papéis, por favor.
Ele saiu para pegar a folha.
- O próximo a vir será o Jasper. Ele foi cruel em não vir para ajudar!
- Ah, Rose... Bem, você sabe... Alimentação é mais importante às vezes, sabe... – sim... Muuuuito mais importante, para falar a verdade.
Ela bufou, estava impaciente. O homem voltou.
- É só a senhora assinar aqui e aqui – ele disse indicando as linhas. – Mas antes, temos de preencher os dados da sua queixa.
- Então anote. Eu estava na escola com minha cunhada quando saímos para voltar para casa, e então vejo minha Mercedez vermelha riscada em um canto. Fiquei louca da vida, e percebi que todos se esquivavam para não responder... Eles sabiam quem era o culpado, por isso mesmo fugiam da verdade...
- Sim, senhora. – O delegado anotava tudo. – O seu nome é...
- Rosalie Hale, e minha cunhada é Alice Cullen. E então todos sumiram e ninguém me deu explicações. Fiquei possessa. Fui à Delegacia de Forks, pois moramos lá, e então o chefe nos indicou que viéssemos para cá, pois aqui vocês tem equipamentos melhores para resolver casos como esses...
- Ah, sim, sim... Temos mesmo! A senhorita verá que em breve o seu caso será resolvido! – ela disse aquilo só para ajudar com a rapidez com que o caso será resolvido? Se foi, acho que vai dar certo... Para mim, ele só ficou um pouquinho orgulhoso...
Ok, ele estava se “sentindo”, se achando “o” cara...
É, acho que não é todo dia que Roses entram aqui esbanjando beleza... Homens... São tão bobinhos...
- E é isso. Fomos para casa, mandei meu marido ir a algum para pintar de novo o carro e agora ele está lindo como sempre foi...
- Mas a senhora encobriu as evidências?!
- Não encobri, só arrumei o meu carro. Ele é mais importante!
- Ok, ok... Mais algo a ser dito?! – Ele nem a contrariou... Adoro!!!
- Sim, quero que o infeliz sofra por ter feito uma crueldade...
- Sim, com certeza ele pagará por seus atos, senhorita. Há algo a mais para ajudar como provas?!
- Bem, a escola tem câmeras no estacionamento. Foram instaladas após um acidente com uma van há algum tempo atrás...
- Ok. Qual o nome da escola?!
- Forks High School.
- Ok, então senhoritas. Já estou com tudo para o começo da investigação. Só peço para que aguardem para o cadastro, ok?!
- Ok, obrigada.
Ficamos esperando, fomos atendidas e então saímos de lá.
- Acredita que vá dar certo? Porque, sinceramente, para mim, não dará!
- Não, não acho que vai dar certo, mas foi divertido entregar trabalhos impossíveis para esses policiais de cidades pequenas... Eles ficam meio perdidos em casos assim, como esses...
- Mas, Rose, será que você não errou em querer fazer isso? Pode ser perigo para nós! – E se ela expor nossa família? Ela é a primeira a reclamar quando temos de nos mudar...
- Ah, não sei não... Esse caso ficará em aberto pelo resto da eternidade. Ninguém nunca mais lembrará dele daqui a algumas semanas...
- Bem, isso é verdade! Também acho!
Liguei o som, e então começamos a cantar junto da cantora a música “Sweet Dreams”. A música acabou.
- Aquilo foi engraçado, não?!
- O quê?! A música, Alice?! Ou foi nós duas cantando?!
- Não, eles nos olhando... Ficaram tão assustados...
- Sim, foi mesmo... Acho que nenhuma de nós esperávamos por isso! Emmett tem de saber disso!!!
- Rose, por favor, não conte com detalhes, se não, pode ser que ele queira vir sempre para cá!
- É... bem... É verdade... É melhor não falar demais!
Sim, é melhor mesmo Rose, mas da próxima vez, eu venho com o Jasper... Ah, mas... Ah, não sei, não... Não terá a mesma graça, sabe... Jasper não usa maquiagem.
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