Robert Pattinson falou recentemente com a revista francesa “Madame Le Fígaro” sobre seus novos projetos, incluindo Água para Elefantes, Bel Ami e Cosmópolis.
Aos 25, o vampiro mais famoso do mundo se afasta da zona do “Crepúsculo” para outros horizontes. Em Água para Elefantes, e interpreta um curandeiro de elefantes envolvido em uma tumultuada história de amor. Uma conversa em particular em Hollywood com um ídolo generoso cujos dentes não são tão longos (Obs.: ter dentes longos = ser muito ambicioso, em um mal sentido; a afirmação acima indica que Rob é humilde).Nós encontramos uma pessoa peculiar em sua suíte no Four Seasons em Los Angeles. Uma figura esguia, uma aparência pálida, olhos azuis melancólicos, passando sua mão direita por seu cabelo desgrenhado, Robert Pattinson sempre parece absorto em algum silencioso devaneio que é interrompido por seus interlocutores.
Uma vida sobre a qual os tablóides adoram falar em detalhes: um beijo com Kristen Stewart no set de Crepúsculo no Rio de Janeiro, uma festa de aniversário na casa de um amigo, sua chegada ao Aeroporto de Vancouver, a notícia de que ele adquiriu um cachorro que o Twitter espalha... Sua vida é tão cronometrada em tempo real, que você quase esquece que ele é um ator.
Mas aos 25, o elegante vampiro tenta se tornar algo mais. Ele está prestes a gravar um filme com David Cronenberg, Cosmopolis, uma adaptação do romance ‘cult’ de Don DeLillo, e poderá ser visto em maio em Água para Elefantes ao lado de Reese Witherspoon e do perturbador Christoph Waltz (renomado graças a Quentin Tarantino em Bastardos Inglórios), no papel de um tratador de animais loucamente apaixonado por uma linda mulher casada. Um encontro com um ícone enigmático, um jovem homem ao mesmo tempo moderno e conservador, rebelde e conformista, um belo aristocrata punk para jovens garotas.
Madame Figaro. – Você trabalha muito. Além dos dois últimos episódios da série Crepúsculo, nós o veremos em junho em Bel Ami, dirigido por Declan Donnellan e Nick Ormerod, e em breve em Água para Elefantes, por Francis Lawrence. O que o atraiu no papel de Jacob Jankowski, treinador de animais em um circo?
Robert Pattinson – Primeiramente, o livro da jovem romancista Sara Gruen, um enorme sucesso nos Estados Unidos, cuja ação se passa nos anos 20, em um circo itinerante. Inesperadamente, com este papel, eu tive a oportunidade de deixar a fantasia moderna de Crepúsculo, para viver entre os animais, tocar em coisas reais.
Você parece atraído pelo passado romântico/novelístico…
Robert - Sim, eu gosto, entre outras, da história americana, eu acho interessante. Enquanto lia o roteiro, eu fui fisgado logo de cara. Parecia óbvio e fácil para mim. Jacob é um ser atormentado e misterioso. Ele perdeu seus pais, ele não quer que outros desenterrem seu passado, e se ele se junta ao um circo itinerante, é para se comprovar como veterinário. Ele não sabe que irá experimentar um amor violento e proibido.
Seu perfil está se tornando mais preciso: um ser solitário, mal compreendido e muito atraente. É um ponto em comum com todos os seus personagens.
Robert - É verdade. É como se Edward, o herói de Crepúsculo, fosse o elo comum para todos esses papéis. Jacob vê as coisas em preto e branco. Enquanto que Edward sempre distingue o bom do mau. De certa forma, meus personagens vêm do Maniqueísmo*. É por isso que eu tento trazer a eles complexidade interior.
*[dualismo – bem e mal]
E em Bel Ami, como você trabalhou? Georges Duroy, o herói do romance, é mais velho do que você.
Robert - Isso me fez hesitar. E então eu simplesmente segui adiante porque Maupassant é meu escritor francês favorito. Bel Ami é um romance clássico inesquecível. Com minhas parceiras Uma Thurman, Kristin Scott Thomas e Christina Ricci, nós nos divertimos. Eu concentrei minha interpretação do personagem em sua grande liberdade de ação. Bel Ami é um animal, ele é meu primeiro personagem que é completamente cético e ironicamente honesto o bastante. Mas ele é um destruidor. Ele joga um tipo de jogo onde ninguém respeita as regras, onde todos têm casos, uma grande fraude social onde a chave é fingir. Ele não se importa com isso, ele faz o que lhe agrada, e isso é o que precisamente atrai as mulheres.
Um pouco como você, afinal de contas…
Robert - Ah não! Eu não sou nenhum Don Juan. Isso é algo que está além de mim e é na verdade muito legal, todas essas fãs que tiram fotos de mim, esses blogs, esse comentário. Francamente, eu não tenho sex appeal. Apenas passeie por Los Angeles, Londres ou Paris e você pode encontrar um bando de caras como eu. Eu não sou James Dean.
Você parece ter um lado rebelde, um lado obscuro. Quem são seus modelos, seus atores favoritos em filmes?
Robert - Dos únicos três filmes com James Dean, eu gosto de ‘Assim caminha a humanidade’, com Elizabeth Taylor. Mas para mim, o grande ícone dos anos 60 é Marlon Brando, com sua espécie de ira internalizada, esta dualidade entre masculinidade e ternura escondida. Eu também sou fã de filmes de gângster com James Cagney e Paul Newman, especialmente Cool Hand Luke. E dentre as atrizes, eu adoro Isabelle Huppert, e da era dourada de Hollywood, a passional/impetuosa Ava Gardner, e a tão elegante, intempestiva e engraçada Katharine Hepburn. Kristen Stewart, cuja atuação eu admiro, tem algo de Hepburn.
Audrey ou Katharine?
Robert - Não, Katharine. Eu não sou fã de Audrey. Eu sei que as garotas da minha geração gostam dela, mas eu acho que é um tanto ‘menina’ demais.
De que tipo de mulher você gosta?
Robert - Eu não odeio nerds. Para uma garota me atrair, ela deve ser um tanto determinada, ter uma idéia sobre o significado da vida, e ler muito. Mas eu não posso dizer que prefiro louras, morenas ou ruivas. Eu gosto de garotas emotivas, garotas elegantes – no sentido de saber o que lhe cai bem ou não. As roupas de marcas conhecidas, simplesmente porque são caras, não garantem um bom visual. Eu acho que você deve, sobretudo, ser você mesma. Dito isso, eu adoro o visual Chanel, mesmo em mulheres muito jovens!
E você, é uma vítima da moda?
Robert - Você vê o casaco de antracito que eu estou usando hoje? Bem, eu o encontrei em casa em uma mala antiga. Eu o usava quando eu tinha 15 anos. É um Agnes b., vintage 90, e ainda me serve. Por outro lado, eu sou fã de Marc Jacobs, Proenza Schouler tanto para garotas como para garotos, e eu compro muitas calças na Dries Van Noten. Moda é muito importante mesmo nos filmes. Eu penso no que Jean Paul Gaultier fez em ‘O Quinto Elemento’ por exemplo: suas criações definiram o filme.
Você usa uma fragrância?
Robert - A minha, meu odor corporal. (Risos)
Qual é o projeto com o qual você está atualmente feliz?
Robert - Bem, uma manhã o telefone tocou e era David Cronenberg na linha. Ele estava me oferecendo participar de seu novo filme, Cosmopolis. Foi quase como se Hitchcock me procurasse. Cronenberg é um diretor incrível. A boa notícia não parou por aí: Juliette Binoche estaria trabalhando neste projeto também, além do extremamente talentoso diretor-ator francês Mathieu Amalric. A gota d’água é que é uma adaptação de um romance de Don DeLillo, um dos meus autores preferidos. O papel é bastante difícil, um dia louco na vida de um multimilionário cuja vida é virada de cabeça para baixo em vinte e quatro horas. Eu o estarei filmando agora, é realmente excitante.
O que você faz de seus dias quando você está em ócio?
Robert - Bem, o problema é que não há mais ócio na minha vida. Eu gravo filmes o tempo todo. Minha vida está reduzida ao trabalho, e, além disso, eu não tenho uma casa mais. Minha casa é o hotel. Obviamente, seu quarto é limpo todos os dias, há vantagens, mas eu estou começando a me sentir um pouco sem raízes. Eu poderia até mesmo listar os hotéis que eu prefiro no mundo todo: Em Roma é o Bernini Bristol, um palácio encantador, e em Paris, Le Crillon. Quando eu tenho uma hora para mim mesmo, eu toco guitarra, mas na maior parte do tempo eu gosto de ler, eu devoro livros.
Escritores modernos?
Robert - Um pouco de tudo. Eu comecei ‘Underworld’ de Don DeLillo, e eu tenho uma predileção pelo romancista francês Michel Houellebecq. Em ‘The Meaning of the Fight’, ele escreveu essa frase que ressoa dentro de mim: “Nós passamos por cansaço e desejos ser encontrar novamente o gosto dos sonhos de infância.” Eu me sinto próximo do herói de Houellebecq...
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