Nos filmes Twilight, Ashley Greene interpreta um personagem fixo na saga, a vampira boa menina Alice Cullen — toda estilo fadinha e com um toque materno, não tem uma gota de sede por sangue na sua convincente atitude de colegial. A carreira de Greene — e sua vida também — mudaram drasticamente desde que ela foi contratada para a séria dos sanguessugas. Por um lado, meninas adolescentes começam a tremer incontrolavelmente e desatam a chorar quando a encontram na rua. Por outro, foi há apenas dois anos atrás que Greene, hoje com 22 anos, tinha que batalhar para conseguir participações sem nenhum diálogo, e quase teve que sair de Los Angeles e voltar a sua cidade natal de Jacksonville, Florida, onde ela planejava originalmente estudar psicologia e direito. Mas agora, ela é selecionada para filmes de forma mais rápida do que ela consegue fazê-los – incluindo o seu primeiro papel como protagonista, no futuro filme de suspense The Apparition. Michael Sheen, que contracena com Greene em Crepúsculo e Lua Nova, recentemente entrevistou a atriz.
MICHAEL SHEEN: Okay. Aqui vai a minha primeira pergunta. Essa é a única realmente séria, o resto delas serão meio divertidas. A primeira é: Sendo um elfo, criada por humanos, você sentiu muita discriminação contra a cultura das fadas aqui em Hollywood?
ASHLEY GREENE: Bem, eu acho que eles tem inveja porque eu brilho e eu falo elfo e tenho orelhinhas pontudas fofas.SHEEN: É verdade.
GREENE: Então, sim, existe uma discriminação. Mas eu não me importo.SHEEN: As pessoas te descrevem muito como sendo meio fadinha. Na minha juventude costumavam me descrever como sendo meio elfo. Eu acho que é muito mais fácil lidar com isso sendo uma garota bonita do que sendo um cara de aparência normal.
GREENE: Eu sinto muito pela sua adolescência.SHEEN: Obrigado. Bem, vamos parar um segundo e voltar ao início, Ashley Greene. Você cresceu em Jacksonville, Florida. Está correto?
GREENE: Está correto.SHEEN: Agora me fale sobre Jacksonville. Como é lá? E você pode por favor decorar a resposta com algumas histórias de jacarés?
GREENE: Eu só comi rabo de jacaré frito uma vez.SHEEN: Como foi crescer lá? A escola era boa? Ou foi meio que um teste?
GREENE: Foi ótimo. Quer dizer, foi ótimo até que me dei conta que o mundo era maior que aquilo. Eu freqüentei escola pública com um programa técnico em direito e psicologia. Mas bem no meio do segundo grau, eu decidi que eu queria ir embora e me tornar atriz, então eu me formei mais cedo e me mudei pra L.A. E agora que estou aqui, nem consigo me imaginar morando lá.SHEEN: O que aconteceu? Você estava fazendo direito e psicologia?
GREENE: Sim, e eu amava as aulas. Tudo se encaminhava pra eu seguir esse rumo, que os meus pais simplesmente adoravam, eles ficavam “Nossa filha vai fazer Direito ou se tornar uma psicóloga!” E daí do nada, eu joguei a história de ser atriz em cima deles.SHEEN: Foi mesmo do nada? O que foi que fez você pensar nesse outro lado?
GREENE: Eu meio que, por falta de um termo melhor, cai de pára-quedas nisso – e tenho certeza que pessoas vão me odiar por dizer isso.SHEEN: Peças de teatro na escola?
GREENE: Não, nem isso. Sempre gostei de fazer performances. Sempre gostei de ficar na frente das pessoas. E essa era umas das coisas que eu amava no Direito, nós fazíamos julgamentos de mentirinha, e eu podia ir lá e defender o meu caso. Mas eu fiz uma aula de interpretação e depois da minha primeira aula, fiquei vidrada. Quando eu terminei as aulas, eu já tinha um representante, e daí eu fui em viagem para Nova York e consegui um agente, e nesse ponto meu agente e meu representante falaram pra minha mãe, “Ela precisa ir morar em L.A.” Eu acho que foi loucura eles terem dito isso, mas fico feliz que eles tenham dito.SHEEN: Bem, ir de Jacksonville, Florida, para L.A. aos 17… Você era bem novinha. Não foi assustador? Sua mãe e seu pai não ficaram preocupados?
GREENE: Foi mais assustador para a minha mãe e meu pai do que foi para mim. Eu penso de uma maneira que eu vejo uma coisa, e eu sei que eu quero isso e então eu me decido – e isso é basicamente tudo o que precisa. Foi meio… É isso que eu quero fazer, e eu vou, e tudo vai dar certo. Eu vou ser uma atriz. Não tem como evitar isso. Já os meus pais… Obviamente, eles tiveram várias conversas longas e noites sem dormir. Eu sempre fui uma boa filha, então eles apoiaram mesmo assim. Mas eles me disseram “Se você for pra L.A. e se tornar essa garota enlouquecida, então você terá que voltar e ir pra faculdade.”SHEEN: E eles ainda não te chamaram para voltar?
GREENE: Bem, teve um momento ou dois em que eles ficaram “Acho que você deveria voltar pra Florida.” Mas sempre acontecia que toda vez que eles me diziam pra voltar pra casa, eu coincidentemente conseguia algum papel. Não sei se foi destino ou sorte, e se acontecia sempre na hora certa ou se porque eles diziam “Você vai voltar pra casa,” e eu imediatamente entrava no modo lei-da-sobrevivência e conseguia alguma coisa. Mas seja por qual motivo, acontecia. E eu batalhei muito. Eu, com certeza, batalhei. E sou sempre grata aos meus pais, por terem me deixado batalhar, senão você não dá tanto valor, eu acho, se você não se dá conta do que está ganhando. Mas eles pagaram o meu aluguel durante o primeiro ano.SHEEN: Então você apareceu em L.A. com o seu passe de ônibus em mãos e um ano de aluguel pago, e daí o que aconteceu? Como foi a sua primeira audição?
GREENE: A primeira audição que eu fui foi para Days of Our Lives.SHEEN: Você viu o Joey Tribbiani por lá?
GREENE: Não, infelizmente não.SHEEN: Dr. Drake Ramoray?
GREENE: Eu fiz 5 audições para aquilo, e conheci os produtoras – foi daquelas coisas em que a primeira audição foi muito bem, quer dizer, eu tinha um representante na Florida e eu peguei um agente antes de me mudar pra Califórnia – eu vim pra L.A. toda preparada, e daí eu fui extremamente bem na primeira audição, então eu criei essa esperança falsa em minha cabeça. Você sabe, todo mundo diz que é muito difícil, mas ai você chega e vai muito bem na primeira tentativa. Mas daí bate a realidade, e fica nada, nada, nada por um bom tempo. Lógico que eu não cheguei a conseguir o papel em Days of Our Lives. Eles só brincaram comigo por um tempinho.SHEEN: E como foi que Twilight surgiu? Você se lembra como tudo aconteceu?
GREENE: Foi só mais uma audição. Meu agente falou “Você vai em um ótima agência de elenco. Eles selecionam o elenco de grandes projetos. E eles tem contatos. Se você for muito mal, eles não vão te chamar de volta.” Então eu fiquei Okay, eu vou ter atenção redobrada. Daí eu descobri que não tinha um script ou programa, mas tinha um livro. Então eu peguei a série pra ler e me apaixonei por ela. Então a determinação entrou no meu sistema e eu fiquei Okay, eu vou conseguir esse papel, é isso que vai acontecer. E eu me esforcei muito.SHEEN: Agora tem muito mais dessa coisa toda de Twilight que só os filmes, não é mesmo? Tem tudo que acontece relacionado – é um tipo enorme de fenômeno. Como é estar bem no centro dessa coisa toda?
GREENE: [respira fundo] é uma coisa muito difícil no processar na sua cabeça. Eu estava trabalhando em um restaurante, eu consegui o papel em Twilight, dei um aviso de que sairia em duas semanas, entrei em forma, voei pra Portland, filmei, e daí começou a comoção. Isso me ajudou a abrir certas portas antes mesmo de o filme estrear. Eu fiz quatro filmes independentes no intervalo entre Crepúsculo [2008] e Lua Nova. Eu nem mesmo tive tempo de sentar e absorver tudo isso. Mas quando você finalmente senta e pensa a respeito, é incrível.SHEEN: Você tem o que, 22?
GREENE: Isso.SHEEN: Eu estive em L.A. e por volta de Hollywood por talvez 6 ou 7 anos juntando tudo, e isso que sou meio que um cara mais velho. Eu não sei se teria agüentado ter o tipo de sucesso que vocês tem na idade de vocês, porque as pessoas de fato reagem a você de forma incrivelmente diferente se tem sucesso associado a você. Como você lida com isso?
GREENE: Eu acho que se a fama fosse por outra razão, então seria meio diferente. Mas, com esse filme em específico, as pessoas se tornaram muito apaixonadas por isso – pela minha personagem, mas também por mim, elas se identificam muito comigo e querem ser minhas melhores amigas. E então elas choram, e ficam tão nervosas.SHEEN: As pessoas choram mesmo na sua frente?
GREENE: Sim! Ah, sim! Fãs tremem e choram. Você meio que não sabe o que fazer. Eu dou um abraço ou algo assim. As pessoas perguntam se eu me incomodo, mas não tem muito como se incomodar com algo assim.SHEEN: Tem certeza que elas não choram depois que você abraça elas? Talvez elas não queiram ser abraçadas.
GREENE: Eu interpreto do jeito que eu quiser, mesmo que não seja verdade. Eu sou atriz.SHEEN: Tudo bem.
GREENE: Mas, você sabe, a maioria dos meus fãs são muito respeitadores e legais. Ainda é muito cedo pra eu me incomodar com isso. Me pergunte daqui há 10 anos ou algo assim… eu acabei de conseguir um papel de protagonista em um filme da Warner Brothers, e provavelmente isso se deve parcialmente ao fato que eles sabem que esses fãs existem. Quer dizer, eu espero que seja também porque eu sou talentosa.SHEEN: Esse é o The Apparition?
GREENE: É! O que é ótimo nesse filme é que ele realmente sério. É mais um suspense. E, finalmente, eu fui selecionada primeiro. Eles me consultaram quanto ao protagonista masculino, e estamos conversando constantemente sobre esses personagens, então é meio que um novo patamar na minha carreira.SHEEN: Quando estive no set dos filmes Twilight, eu pude ver que a Kristen [Stewart] e o Rob [Pattinson] tem muito envolvimento. Eles tem muito poder dentro da franquia agora, ao que parece – e por mérito. A opinião deles é sempre perguntada, e pra atores tão jovens, eles parecem ter muito poder de decisão no que está acontecendo. Você disse que agora, com esse filme, você vai ter a oportunidade de se envolver mais. Isso é algo que você gosta? Ou a responsabilidade é bastante assustadora também?
GREENE: Por alguma razão, eu gosto disso. Parte do motivo pode ser porque eu tive a oportunidade de trabalhar bem perto dessas pessoas, e ver de perto como eles lidam com as coisas. De qualquer maneira, eu estou muito animada. Um dos sentimentos mais legais foi quando eu estava lendo o texto com algumas pessoas para um papel, e esse cara entrou, e eu fiquei “Esse é o cara”. Você simplesmente sabe.SHEEN: Não foi porque você gostou dele?
GREENE: Não. Eu até conheço a namorada dele.SHEEN: Ouvi dizer que você sempre fica atraída por caras bonitos.
GREENE: Oh… um, não… Ele não é um… quer dizer, todos os caras de Hollywood são bonitos.SHEEN: Bem, você já me viu, então sabe que isso não é verdade. Agora só uma pergunta aleatória: Quando você conheceu o Adam Lambert, que usava mais maquiagem, você ou ele?
GREENE: Eu acho que ele, na verdade.SHEEN: Pois é, eu vi as fotos. Twilight de fato abriu algumas portas. Não vi você como correspondente de moda no VMAs desse ano?
GREENE: Eu fui, sim.SHEEN: Então, obviamente você desenvolveu um interesse por moda desde q última vez que eu te vi.
GREENE: Você é um idiota.SHEEN: [risos] Não diga isso. Eu sou o entrevistador, e você não pode chamar a pessoa que esta te entrevistando de idiota. Foi por isso que eu concordei em fazer isso: Eu posso fazer o que eu quiser. Então me fale de moda. Você se sente pressionada cada vez que você sai, porque existe uma grande chance que alguém tire uma foto de você caminhando pela rua? Você sente uma pressão para não sair em bermuda jeans e chinelos?
GREENE: Teve um momento no tempo em que eu estava tendo esse mini ataque nervoso porque tudo era tão novo, e tudo era despejado sobre mim muito rápido, e eu estava “Por que as pessoas estão noticiando isso? Por que as pessoas se importam com o que eu visto ou com o que eu como e por que as pessoas estão fazendo cara feia só porque eu não estou usando salto alto?” Esse é o lado negativo de ser uma pessoa pública. Quando meninas vem até mim e dizem “Você é um exemplo para mim” é muito lisonjeante mas é também muito assustador porque eu não sou perfeita e eu vou cometer erros. Eu decidi simplesmente que tenho que continuar a viver a minha vida e fazer o que eu faço. Espero que as pessoas gostem de mim pelo que eu sou, e não pelo que eu finjo ser.SHEEN: É verdade que você sempre pede um dublê do sexo masculino porque você tem ambos os órgãos sexuais?
GREENE: Talvez eu peça um dublê do sexo masculinos porque eu tenho os ombros largos, mas com certeza não porque eu tenho 2 órgãos sexuais, não.SHEEN: É verdade que o seu nome no Twitter é HotForRob23? (quente pelo Rob 23)
GREENE: Isso não tem absolutamente nada de verdade.SHEEN: Okay, última pergunta: Em exatos 10 anos, o que você gostaria de estar fazendo?
GREENE: Eu estarei com 32. Talvez tendo um bebê?SHEEN: Você gostaria de estar passando uma dor horrível daqui há 10 anos?
GREENE: Eu tenho uma alta tolerância para dor. Não, eu acho que quero algo próximo a estar fazendo um filme realmente incrível e inspirador com uma forte personagem feminina. Acho que quando eu tiver uns 32 anos, vou estar pronta para coisas assim.SHEEN: Quais seriam algumas das performances femininas em filmes que você assistiu e que tenham te inspirado?
GREENE: Charlize Theron em Monster [2003]. Ela é umas das pessoas mais incrivelmente lindas do mundo, e quando eu estava assistindo o filme, ela me assustou pra burro. Acho que ela fez um trabalho fantástico.SHEEN: eu assisti o 500 Days of Summer [2009] outro dia. Eu achei que a Zooey Deschanel estava fantástica.
GREENE: Ela é a rainha dos filmes independentes. E o Joseph Gordon-Levitt fez uma bela transição também.SHEEN: Você faz parecer que ele é um alien. “transição”
GREENE: Não, só estou dizendo que talvez eu tenha uma quedinha por ele. É só o que eu estou dizendo.SHEEN: Bem, isso é uma entrevista e não um agência de encontros. Não estou aqui para te arranjar com ninguém. Mas falando nisso, acho que já tomei bastante do seu tempo. Você pode voltar a sua vida bem mais importante que você tem acontecendo.
GREENE: Tipo, ir comer o meu jantar.SHEEN: Por sinal, você respondeu errado aquela pergunta do daqui a 10 anos. A resposta correta seria: Estar trabalhando comigo.
GREENE: Oh, é claro. Fazendo um filme fantástico com Michael Sheen. Onde ele interpreta um elfo.
bjinho
Fonte:Portal Twilight e Twifans
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