Você já ouviu falar em Edward Cullen?

Porque se você não sabe quem é ele,tenho certeza que vive em outro mundo....

Antigamente, as mocinhas tinham medo do Conde Drácula. Hoje, elas suspiram por Edward Cullen. Da Transilvânia para os Estados Unidos, o vampirão se tornou um jovem sedutor e do "bem". Tudo isso é culpa do fenômeno editorial Crepúsculo, série de quatro livros (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer) criada pela escritora Stephenie Meyer. Impulsionado pelo sucesso de bilheteria do primeiro filme, chega às telonas de todo Brasil e do mundo, nesta sexta-feira (20), a adaptação do segundo livro, "Lua Nova".
Nos quatro cantos do mundo, jovens leitoras aguardam ansiosas pela oportunidade de visualizar cinematograficamente essa ficção. Estamos em plena "febre dos vampiros", que se alastra pela literatura, cinema, TV e quadrinhos. Nunca antes, os "seres da noite" estiveram tão em moda para o grande público.
Se você ainda não sabe nada sobre o assunto (porque estava em outro planeta), saiba que a série Crepúsculo retoma o mito do vampiro, mas agora numa roupagem mais pop e humanizada. Sai de cena aquela imagem consagrada do Conde Drácula, um senhor cheio de classe e vivendo num castelo mal-assombrado na distante Transilvânia, e entra em cena Edward Cullen, um jovem e sedutor vampiro que vive de maneira normal. Ele tem família, estuda num colégio, ouve música clássica e se apaixona por Bella Swan, uma simples mortal.
Crucifixos, alho, água benta... tudo isso pertence ao passado na versão pop de Stephenie Meyer. Seus vampiros são quase tão normais quanto nós, vivendo harmonicamente com os humanos. Saem para as baladas e se divertem como qualquer pessoa. Detalhe: também não têm medo da luz do dia.
REPERCUSSÃO
Assim, a autora parece que acertou em cheio na concepção de seus livros, conquistando milhões de leitores pelo mundo. Inclusive, em Irati, jovens leitoras aguardam com ansiedade a chegada do filme "Lua Nova". Infelizmente, ainda não há previsão de estreia no Cine Irati Unicentro, conforme informações apuradas; mas, isso não é problema para as iratienses.
É o caso de Tuany Fiorentin Luz, 14 anos, e Jaqueline Maria Thiopek, 15 anos, que pretendem assistir ao filme em Ponta Grossa. Estudantes do 2º ano do Ensino Médio no Colégio Sesi, elas já "devoraram" os quatro livros da série. Demoraram cerca de um mês para lê-los, sem parar, pois o ritmo da leitura prendia do início ao fim. Segundo elas, o que despertou o interesse foi a mistura de suspense, romance e, principalmente, a figura do vampiro.
O interesse delas é tão grande pela série que estão ligadas aos livros de maneira sentimental, relendo várias vezes cada um dos títulos. Inclusive, Tuany confessa que participa de uma comunidade no Orkut relacionada com a saga de Bella e Edward.
Coincidentemente, Tuany e Jaqueline conheceram o primeiro livro, Crepúsculo, de maneira acidental. "Estava numa livraria à procura de um livro, quando me deparei com ’Crepúsculo’. Achei o enredo interessante e resolvi levá-lo para casa. Comecei a ler e não parei mais", afirma Jaqueline. No caso de Tuany, foi um primo que indicou o livro, em função do filme que ele acabara de assistir. "Também foi amor à primeira vista pela narrativa", suspira.
FENÔMENO
Há meses, os quatro livros de Stephenie Meyer frequentam a lista dos mais vendidos de vários jornais e revistas. Em Irati, a procura pelos livros tem sido bastante grande. Segundo dados do Sebo e Livraria Centenário, Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer têm sido os livros mais vendidos nos últimos meses. Otávio Augusto Martini, funcionário da loja, informa que, em média, são vendidos 15 livros por mês de cada um dos títulos da autora Meyer.
Na Biblioteca Municipal, acontece fenômeno parecido. Leila Wodonos, funcionária da instituição, informa que os livros protagonizados pelo casal Bella e Edward Cullen são retirados toda semana, num fluxo incansável. Existe até uma lista de espera para dar conta dos empréstimos.
Para tentar entender o porquê desse fenômeno, a reportagem da Folha de Irati entrevistou Adriana Binati Martinez, professora da Unicentro, com mestrado em Letras pela UFPR e estudiosa da cultura de massa. Segundo ela, o sucesso de vendas da série Crepúsculo e o interesse de adolescentes como Tuany e Jaqueline podem ser explicados por um conjunto de fatores. O primeiro deles está relacionado com o tipo de público dessa literatura: jovens e preferencialmente do sexo feminino.
Estas acabam se identificando com a personagem Bella e suspirando por Edward. O segundo aspecto tem relação com o gênero da chamada "literatura cor de rosa", um tipo de narrativa que bebe na fonte do folhetim. Ou seja, são histórias açucaradas que apresentam romance e suspense. "Digamos que a obra de Stephenie Meyer seja uma versão mais moderninha de ’Sabrina’, ’Biana’ e ’Júlia’, livros que nossas mães costumavam ler", afirma a pesquisadora.
Aqui, chega-se ao terceiro fator: estrutura narrativa e linguagem simples. Para agradar aos fãs, as obras precisam ser de fácil assimilação. E, por fim, a inclusão da figura do vampiro. Segundo Adriana, ao contrário da tradição literária do vampiro sombrio e amargurado, a série criada por Meyer investe numa imagem humanizada. "Edward é jovem, bonito, charmoso, apaixonado e tenta levar uma vida ’normal’, como os humanos. Isso cria uma identificação com o leitor, que é levado a se solidarizar com o personagem", afirma. Na verdade, segundo ela, uma das primeiras autoras a romper com a tradição foi Anne Rice, com o livro "Entrevista com vampiro".
A diferença, conforme Adriana, é que Meyer fez uma versão mais pop, abrindo as portas para a febre em torno dos vampiros. "Graças a isso, hoje existem produtos no cinema, na literatura e na TV que aproveitam a figura de um vampiro humanizado", finaliza. E, para os fãs da série, uma última informação: a terceira versão cinematográfica já está pronta. O filme  Eclipse tem estreia prevista para 30 de junho de 2010 no Brasil.

bjinho

 

Fonte:Brasil Wiki